quarta-feira, 7 de abril de 2010

Resposta ao tópico de páscoa do Adhemar, procurem pela data já que não tem título: sábado, 3 de abril de 2010.


Vou compartilhar umas ideias aqui, sobre a natureza da arte. Eu vislumbro a beleza estética que se pode fazer com um instrumento, com uma linguagem aprendida, como a coisa mais democrática do mundo. Ela surge em qualquer lugar e a qualquer momento, e é bom não esquecer, pra qualquer um.

Do outro lado temos a escalada da fama, que é uma coisa muito ridícula, em que aparência é 70%, produção é 20 ou 15% e o resto sobra pra música. Peguemos os famosos internacionais tipo jonas brothers e lady gaga e verifiquemos. Quando existe a união de todas essas coisas no seu alto grau de qualidade, temos um michael, um beatles, e tantas bandas famosas por aí, que encantam tantas pessoas. Quando falo de aparência falo de beleza, mas principalmente de manipulação pra impressionar os jovens ingênuos impressionaveis, incluindo todo tipo de manipulação possível, incluindo atitude de mal ou de bom, cabelo, etc...

Uma coisa não tem absolutamente a ver com a outra entende? Nesse ponto faço uma crítica a sociedade de hoje, e a forma como consomem música popular. Existe criatividade ainda, mas reduzida demais...a subjetividade nem parece existir, tanto que procuram efeitos de massa.


Ok. Quero agora falar sobre a simplicidade, que acho muito atraente. Ouçam Plastic ono band (1971) de John Lennon, presente ainda no album posterior Imagine e percorrendo toda a carreira solo do artista, recém saido dos besouros, exausto de superproduções como sgt. peppers e abbey road...esse é o exemplo que me vem a cabeça e ao coração, principalmente.

Quando simplicidade é verdade, direta e honesta. O tipo de simplicidade que aparece na forma que o Los hermanos abordou sua carreira e fama ( mas não sua música), o que pra mim carrega quase todo o charme deles.

Quem é honesto levanta a mão na música sertaneja...no pagode...no rock!
-André, honesto a que?
- Honesto a si.
- Mas nesse honesto a si cabe tudo...pq e se a pessoa quer...
- é, depende de cada um.

Gostaria então de amarrar a coisa, dizendo que não vale a pena "se profissionalizar" pra perder a sensação de brotamento do chão da arte, aderir uma espécie de ilusão de que ela esta lá, e não aqui. Ela esta aqui. Isso me encanta!

"I just believe in me
Yoko and me
And that's reality.
The dream is over,
What can I say?
The dream is over"

"God", ( do album Plastic Ono band)
John Lennon

André.

7 comentários:

  1. vc assistiu aquele filme USA X John Lennon????

    é foda demais....

    ResponderExcluir
  2. o meu tópico não tem título pq esqueci completamente de botar... eu tava com mto sono!

    ResponderExcluir
  3. Eu vi, é muito bom!!

    E esse disco do John é realmente fantástico... uma aula mesmo de como fazer músicas viscerais.

    ResponderExcluir
  4. música visceral pode ser entendida como "merda" tb?

    ResponderExcluir
  5. Não no sentido que eu apliquei. Hehehe...

    ResponderExcluir
  6. Mas é interessante pensar que o John, para chegar a esse nível de simplicidade, teve que passar por toda aquela loucura do Two Virgins, do grito primal etc. Daí se pode ampliar o sentido de 'visceral', e acho justo, são os lados da mesma moeda.

    ResponderExcluir