São 3h03 de domingo de páscoa e eu tô aqui, sem sono e brigando com o corretor automático do Word (que, às tantas, deve estar mais correto que eu)... a verdade é que logo mais estaremos lançando (ou pré-lançando) nosso disco em Nova Odessa, no Rock’n’Beats que estreia por lá (para constar: o Word acentuou “estreia”... não tá no esquema do acordo ortográfico). Mas a pergunta que deve ser realizada é: qual a importância disso tudo?
Começamos há muito (cerca de 5 anos)... de lá pra cá, tivemos alguns invernos, sendo que um deles – certamente – foi inusitado. Porém, o inverno saiu de cena e agora vivemos um momento de frühling, por assim dizer. E o quê esperar do nosso novo disco?
Pretensões a parte, esse disco merece – pela produção e história – não ser fadado ao esquecimento. Talvez não seja seu destino o reconhecimento, talvez ele não se torne um queridinho do mainstream. Mas ele é nosso Macunaíma e – por que não? – tem potencial para nos surpreender!
Hoje recebi uma ligação cujo conteúdo ainda não passei pra banda (é informação de primeira mão veiculada aqui no blog): era de alguém que conhece alguém com grau “x” de influência na emissora “y” e se interessou pelo nosso trabalho... mas isso é so ’90 e a banda tá num clima so ’10 que qualquer interferência externa poderia estragar nosso clima. Se tivermos de dar um passo rumo ao desconhecido e se esse passo será dado e decisão que caberá a toda a banda, no momento certo. Aliás, pra deixar este espaço um pouco mais familiar, permitam-me apresentar as “oito mãos”:
O André Leonardo é um filósofo bacharelado pela Unicamp. O que marca nele é a capacidade de análise do próximo e o grau profundo de abordagem das idéias. Outro dia, me peguei discutindo com ele a relativização da teoria kantiana dos imperativos categóricos e – pasmem! – o convenci de que alguns imperativos não são absolutos e, se um não o é, nenhum imperativo categórico é absoluto.
O Bier é um baixista criado pela vó a leite com pêra e ovomaltine. Cientista social e mestrando do Institudo de Lingüística da Unicamp, foca sua pesquisa em obras literárias. Demonstra personalidade introspectiva e é acanhado até pra mostrar suas novas composições, mas domina o vernáculo como ninguém e sabe se expressar através da música. Maduro, seria o ego da banda (para dar uma de intelectual e citar Freud). O André, sem dúvida, é nosso Id.
O Publio é nosso “extremista religioso”. Não ouse com ele discutir os dogmas da fé. Formado em Publicidade e Propaganda pela Esamc e com outra graduação em audiovisual, apresente criatividade fora do comum. Mas é um cara chato, muito chato. E, como todo chato, não poderia deixar de ser sampaulino doente. É um cara muito sincero e amigo pra todas as horas, deixando, porém, transparecer suas emoções como uma garotinha de 13 anos. E isso é o maior barato.
Eu sou advogado e formado pela gloriosa Pontifícia Campineira. Curso mestrado em Direito e defendo – em minha dissertação – a constitucionalidade do Tribunal Penal Internacional e da “ordem de surrender” – PELAMORDEDEUS, não venham confundir com a extradição do Estatuto do Estrangeiro! Além disso, tenho verdadeira paixão em lecionar direito – sou professor de Direito Constitucional, Internacional de Processo Civil – e me aventuro em poucos concursos por aí (o mais longe que já cheguei foi na fase oral da carreira da Defensoria Pública, ainda sem designação das provas). Minha outra paixão é a banda, e é assim porque é um prazer, e não um trabalho. É profissional, sim, porém, sem deixar de ser amadora. Os caras são – antes de integrantes da banda – amigos de verdade. E é assim que o negócio deve ser.
Todos nós nos formamos entre 2007 e 2009, de forma que o melhor momento da banda – agora – se confunde com o início de nossas carreiras profissionais. E o mais profissional de todos nós é o Pompeo – nosso “primo”.
O Pompeo é produtor musical e músico de profissão, apaixonadíssimo pelo que faz. É também um sonhador e compositor de belas canções que não sei por que ele resolve guardar pra si. Variações do Amor (procurem no Youtube) é uma das mais lindas que já ouvi e, mesmo assim, ele não nos deixa tocá-la como cover. Vai entender...
Bom, fiz toda essa divagação pra chegar até aqui: PROFISSIONALISMO. São 03h34 da manhã e eu não sei se a gente quer se profissionalizar agora. Esse lance de tocar às vezes para um público seleto que nos conhece e curte dá trabalho e pouco retorno financeiro, mas é o que a gente gosta de fazer. Já perdi a conta de quantos shows fizemos de graça e, se estamos juntos ainda, é porque isso tem uma razão de ser... e transformar a banda – que é nosso maior prazer – no nosso trabalho, talvez resulte em uma abrupta ruptura com o ideal que nutrimos até agora: a música pelo prazer da música.
Não sei qual será nosso futuro. O que sei é que o presente me agrada... mas nem toda mudança é boa, ou ruim. Whatever...
Abraço a todos que me acompanharam até aqui e, como sempre, não deixem de comentar.
Adhemar.
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por isso que os posts têm que ser assinados... para mim, a fabulosa PUCC não passa de uma instituição de ensino com fins lucrativos - e não adianta dizer o contrário... Pode perguntar pra qualquer um que fez jornalismo. Mas devo agradecer à essa mesmíssima faculdade por uma coisa: atravéz dela eu percebi que a melhor graduação não se compra e leva a vida inteira para adquirir - a da arte.
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